segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Lembrancinha


Por vezes penso em como vou lembrar o tempo de hoje, amanhã.

O dia passou preguiçoso em contraste com a velocidade das imagens na janela do ônibus. Depois do abraço e de um café que só o destino, quem sabe, nos revelará quando, de fato, tomaremos, restou a saudade. A lembrança do que se passou e o desejo do que poderia ter acontecido.

Ficou no corpo o cheiro do outro. As marcas do passado repousam docemente nas gavetas da memória. Algumas, gostaríamos de ter perdido a chave, mas são justamente essas que parecem ter sensores para automaticamente se abrirem assim que nos aproximamos.

Um dia desses, abri uma dessas gavetas, com o mesmo cuidado com que abro minha caixinha de cartas, as que recebi e as que não enviei. E foi um retornar para vida que já não tenho e que nunca mais voltará.

3 comentários:

  1. Dia desses fui na UFPA e me senti exatamente assim...

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  2. sabe aquele plim da caixa registradora quando abre aquela gaveta de grana? Pois é, essem plim de nossas gavetas chama-se saudade

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